terça-feira, 28 de junho de 2011

Saudade de mim

Dei um suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro imenso, profundo, intenso. Um suspiro que a gente só dá quando lembra de alguém que foi importante na nossa vida.
Você já deve ter tido um amor assim (por favor, diz que sim!). Aquele amor que te agita, vira do avesso, grita. Aquele amor que te deixa louca, viva, boba. Aquele amor que faz você se sentir especial, nova, única. Aquele amor que faz você ver a vida de outra maneira.
A gente tem a mania de achar que não consegue ser feliz sozinha. E que precisa do outro para viver, respirar, crescer. Pequenas, ouvimos Cinderela, Rapunzel, Bela Adormecida. Crescidas, esperamos bilhetes, florzinhas, carinhos. Erradas, queremos uma pessoa perfeita. Acho que a perfeição está na nossa forma de olhar as coisas. E que realmente é bem melhor ser feliz acompanhada: existe algo mais gostoso que dividir uma felicidade?
Eu gostava tanto de você. Do seu jeito de falar manso. Da maneira como as palavras que saíam da sua boca dançavam alucinadas no meu ouvido. Da forma como as suas mãos sempre quentes tocavam o meu corpo. Do seu olhar que me arrepiava por dentro e por fora. E que fazia com que eu me sentisse a pessoa mais especial do universo inteirinho. Era isso: você fazia com que eu me sentisse diferente de todas as outras.
Uma mulher quer se sentir desejada todos os dias. Com letras ou ações. Com olhares ou manifestações. De qualquer jeito, a qualquer hora, em qualquer lugar. Você conseguia isso de todas as formas possíveis. E com você eu aprendi a me amar, me olhar, me proteger.
Fiz tudo que podia para ficar com você. Fui até onde meu coração deixou. Até onde suportei. Até onde consegui resistir. Mas não consegui. Qualquer tipo de sentimento, para viver e se fortalecer, precisa de cuidado e atenção. E eu não podia fazer por mim e por você. Por isso, desisti. Afoguei o quase amor que tinha por você e decidi seguir em frente.
Dei um suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro diferente, sem mágoa, coerente. Ai, que saudade daquela pessoa sem medo, que se entregava sem pensar em nada, que tinha a ingenuidade no coração e no olhar. Ai, que saudade de mim.

quarta-feira, 22 de junho de 2011


Imenso: /adj.Que é quase sem limites, sem medida.Considerável, enorme.Muito numeroso, em grande quantidade.De que muito se pode dizer. Indefinível.Infinito.Tão grande que não pode ser medido ou contado./                               

Logo, se faz desnecessária minha pesquisa. Chego a minha derradeira conclusão. Imenso: meu amor por você! Procuro a definição do que sinto e o resultado é este. Todos os dicionários quase alcançam a linha da chegada mas não, o coração dá o último e mais veloz salto e vence a partida. Segundo lugar pros dicionários. Imenso: meu amor por você! 

No entanto, presa à minha questionável insistência de entender o que vivo e os sentimentos que me envolvem nesse amor, busco definições, anseio por motivos, pretextos, sentidos, talvez respostas. Respostas que no fundo, eu sei, não terei após as perguntas. E elas são tantas, as perguntas. E elas são tão desconhecidas, as respostas. Ainda sim, insisto. Paro, penso, olho pra trás, imagino adiante e nada, inutilidade atestada. 

Diante de tal teimosia exacerbada, o coração desiste de tentar convencer. Joga a toalha, lava as mãos. Dá brechas, dá carta branca e todo um cenário pra ela, a temida e por mim, ignorada, a tal da razão. E ela não perde tempo, vem cheia de graça e malícia com seus dotes perversos de persuasão, trazendo nas mãos o histórico deste amor. O que ela quer? Prevalecer sobre minhas emoções. Com ar cínico e superior, aponta:

- Conceito B aqui, conceito C ali. Consta aqui até uma recuperação, com bom resultado mas poderia ser evitada. Nenhuma suspensão, mas quantas advertências não é mocinha? Me diz, por que este rapaz ainda está aí dentro? 

E se vai, me dá as costas, ri e some. E ela, cretina, consegue me confundir. A resposta que eu queria ouvir, passa a ser pergunta. E de ousada, viro tímida. De menina com todas as respostas na ponta da língua, viro muda. Só penso. Penso e...eu não sei. Chego a te ver triste ao me assistir pensar e dizer que não sei. 

Então assumo. Às vezes questiono os motivos do meu coração ainda te oferecer morada...e os tais conceitos me remetem à todas as brigas, às cenas dignas de um brom drama de novela das oito, ciúmes inúteis, aos vacilos geradores de inseguranças que tanto já rondaram meus arredores...mas como nada disso é fundamentado em algo vazio, me vêm também os avessos destes momentos. Todos os seus carinhos e cuidados incomparáveis, os paparicos inesperados, sua admirável paciência com meu gênio...como você diz? Desafiante, não é? 

Sorrio ao lembrar da sua companhia incondicional, suas flores e palavras de perdão e todas as  brigas cessadas por beijos capazes de dispensar quaisquer explicações...E quer saber? Refletindo toda unanimidade destes bons momentos que nenhum momento ruim foi capaz de superar, eu também as dispensei.Por que num mundo às avessas, em que o caminho mais fácil é desistir, eu não preciso de explicação pra compreender que só prevalece o que é essencial. 

Eu não preciso que faça sentido pra saber e sentir que quando é amor, prevalece e vence. Tentando buscar respostas sobre porque você vive no meu coração, porque não vivo um conto de fadas ou uma história dessas que me fazem chorar na saída do cinema, eu descobri que pra ser feliz eu não preciso da perfeição. 

Que besteira, que meninice...nada fez tanto sentido quanto entender que nosso amor imperfeito é perfeito simplesmente por assim ser.  Então fecho os olhos e me dou conta que apesar de todos os desalinhos, de todos os desafios, o amor ainda me parece o sentimento mais absurdo e bem vindo do universo...por sua causa!  Abro os olhos e decido: dispenso a perfeição dos contos. Viver uma história inusitada de amor e sonho com você, me convém. E todas as respostas me chegam numa só conclusão. Todas as respostas já existiam dentro do meu coração. Imenso: meu amor por você!

De todas as coisas que você me deu, a melhor delas certamente foi a chance de escolher, escolher você, escolher ficar contigo e atravessar com algum alívio os dias que eu quero simplesmente morrer pra não ser intimado a depor sobre o meu sumiço. Você me ensinou muitas coisas, a melhor delas, me ensinou que o amor verdadeiro sempre espera um pouco mais pelos abraços atrasados.

sexta-feira, 17 de junho de 2011


Ele vai chegar como ondas de um mar imprevisto, daquelas bonitas, merecedoras de uma bela fotografia, daquelas que ainda que você tente correr, te alcançam e te regam os pés, te puxam sem permissão, te lavam a alma e o coração e te devolvem às margens tonta, quase inconsciente, tamanho seu impacto e alcance. Te envolverá como bossa nova em frente ao mar com direito a brisa e pôr-do-sol. Leve mas transformador. Bastará lançar uma só vez seus olhares convidativos, o suficiente pra te acertar e te ganhar. A partir daí, qualquer resistência será perda de tempo. Inútil simular sobriedade, com ele em cena não cabe cerimônia. 

O tempo vai parecer não passar ou em alguns episódios parecerá correr mais rápido do que deveria, faz parte de seu show. Todas as flores, escritos e abraços eternizáveis serão mal educados o suficiente pra não baterem em sua porta e chegarem sem avisar. E bingo! O coração é frágil a surpresas. Qualquer chão passará a ser seu palco, o céu teu teto e a coberta pra um, curiosamente bem envolverá dois. Dois mundos, agora um só. Não porque se bastam, mas porque perfeitamente se encaixam. Planos parecerão tão lógicos, tão urgentes. Calendários paracerão vilões. Manias compartilhadas, sorrisos sincronizados. 

Os novos dias trarão novos sentidos, texturas e tons. Descobrirá sabores, ficarão embriagados de si. Companhia, saberá o valor de uma. Carinho, saberá sua intensidade ideal. Compreensão, tolerância, lealdade. Cada partida, um ensaio da solidão. Cada retorno, uma provocação pra saudade. Não, não te faltará o ar, nem o chão. Ele, majestosamente será parte deles. Seu oxigênio e porto seguro. Seu café da manhã. A esse ponto, já saberá que nada mais ocuparia mente e coração dessa forma absurdamente contraditória, avassaladora, porém natural e espontaneamente acolhedora. E aí mora o perigo: a certeza. A certeza acomoda. Porque também haverá problemas ou nada mais que provas. Desafios pra fazer valer tamanha empolgação. 

Haverá adaptações, surpresas, vida ordenando maturidade. Mas você sabe, pode não querer acreditar - talvez pelo coração partido ou por nunca ter vivido - mas sabe do que ele é capaz. Pode vir obstáculo, podem vir sentimentos contrários, tempo, maldade, distância. Enquanto ele estiver hospedado no teu peito, qualquer batalha é ponto a favor. De todas as devastações, só ele resistirá. Ele misteriosamente resistirá e tirará da tragédia sua maior lição. Por vezes ressurgirá ainda mais lindo, visto seu quê de fênix. Ah o amor! Só ele te faz duvidar da razão. Só ele te salva de si mesma. Te mostra o quanto você é sim, capaz do abandono, do orgulho, das desistências, mão não, não convém, é amor. 

É o tal sentimento cheio de desalinhos, cheio de desafios e também de sentidos e motivos pra superar os tantos pormenores. Alguns chamarão de sorte, outros apontarão pra vocação. Uns poucos sentirão felicidade só de assistir a sua. Outros muitos denominarão utopia, tremenda ilusão, perda de tempo. A cômoda opção de maldizer o que ainda não se tem. Não se sabe tudo sobre o tal, não se tem garantias. Mas uma vez vivido, uma vez conhecido, você saberá, só você saberá que amar é pra quem tem coragem. 

Coragem pra se jogar, pra sentir, pra sonhar e se preciso for, construir castelos, preparar sua guarda. Abandone os receios, os preconceitos, a espera do aplauso, o medo da decepção e restará ele, acontecerá baixinho dentro de você. Esqueça as notícias, as teorias, desaprenda a preguiça de sentir, a insegurança antecipando o futuro. 

Coragem! Quando chegar a hora de guerrear pelo que manda o coração, seja forte, prepare suas reservas, que de todas as certezas que se têm a dois, a única incontestável é esta: o amor nunca se rende!

Que eu seja capaz de reconhecer e reciclar meus erros e virtudes. Que eu seja capaz de desassistir as inseguranças e obstáculos e recomeçar com paixão e ousadia na alma, amor e coragem na bagagem a cada e toda vez que meu coração gritar que não tem medo.

Faltou dizer que mesmo depois de todos os erros, é você quem me desperta uns risos bobos quando meu pensamento é invadido pelas suas lembranças incomparáveis e é você quem se destaca quando penso nas coisas que me valeram viver. Era só sintonia.

Porque todas as vezes que eu caio, minha fé me pega pela mão e me diz:
"Levanta daí, garota! A tua hora de desistir ainda não chegou! ELE acredita em você."

A vida me traz sujeitos e esquece os predicados. Não finda meus pretéritos, congela meu futuro, me deixa em eterno e cansativo gerúndio. Fico incompleta, indefinida...Ahh vidaaa...você bem que poderia parar de se fazer de desentendida e me mandar o que eu realmente preciso, sabe? Que tal artigos definidos? "O" amor, em vez de "uns"...eu te agradeceria! Simples assim.


Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.

Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseja mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.

sábado, 4 de junho de 2011

Não toque mais a campainha. 
Não bata mais a porta. 
Eu já avisei: Não irei abrir, não há espaço. 
Na minha casa, na minha vida, no meu coração, pessoas como você: maldosa, miúda, pequena, ficará deslocada, me perdoe, lá só está tendo espaço para gente do bem, inteira e grande,  por favor, não insista. 
Pra não dizer que sou grosseira, façamos o seguinte: da janela farei um aceno desejando em dobro tudo aquilo que você me desejar, combinado?