quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Exatamente assim.

Sou forte. Meio doce e meio azeda. Em alguns momentos acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde eu possa ficar quieta, sem ouvir barulho, conversa fiada, perguntas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou dengosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Acho tão chato esperar! Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois sei que jamais serei perfeita. Mas também quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar, gargalhar, sentir. Sentir friozinho na barriga, nó na garganta, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que mudar o jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança, como sempre fui. Ficar na sombra fugindo do sol, sentir o vento bater nos meus cabelos. Quero sentir cheiro de chuva, de chocolate e de queijo sendo derretido. Cheiro de perfume, cheiro de conquista, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser só racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.

Clarissa Corrêa com um toque de Gabriela Braga

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